quinta-feira, 1 de julho de 2010

"um homem de letras"

"Muita gente demorou a entender que as letras aparentemente independentes, avulsas, soltas no espaço, formavam na verdade frases, ensaios, poemas e prosas. e que a disposição dos caracteres e a diferença de formas e de tamanhos faziam todo o sentido. Não me deram crédito. A começar por você. Mesmo assim eu escrevi. Prosa, poesia e ensaio. Na minha língua que você não podia ler. Uma língua simples e indecifrável - sem necessidade de nenhuma pedra de Roseta -, cujo sentido estivesse bem aí, diante dos olhos. E tampouco estivesse. Uma língua pra escrever o que não se entende."

Um homem de letras - Bernardo Carvalho

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